Desinfecção de água no Brasil

Mercado que consome 5% do total de cloro produzido no País é diversificado em tipos de processos utilizados

No Brasil, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 34,2 milhões de pessoas não têm acesso à agua tratada, o que demonstra a carência deste direito, especialmente para as pessoas que habitam áreas de vulnerabilidade social.

Todavia, o mercado brasileiro de produtos e insumos para desinfecção de água é bem estabelecido e diversificado, sendo capaz de suprir a atual demanda e de estruturar-se para atender o crescimento que se almeja para os serviços de saneamento básico. Conheça alguns dos produtos disponíveis e suas principais características.

Cloro gás liquefeito (100% de cloro ativo) – Usado em grandes e médias estações de tratamento de água (ETA), representa 79% do mercado de purificação de água. Trata-se do processo mais tradicional e mais empregado no mundo todo, devido à sua melhor relação custo-benefício e maior eficiência, por conta do elevado teor de cloro ativo.

A ETA recebe o cloro liquefeito pronto, ou seja, não precisa produzi-lo ou realizar qualquer procedimento pós-fabril localmente. O produto é transportado por meio de carretas, a granel, ou trucks apropriados, em cilindros com capacidade para até 900 quilos. Há cilindros menores, com capacidade padrão de 50 quilos ou 68 quilos.

Cloro granulado (a partir de 65% de concentração de cloro ativo) – Atendendo cerca de 9% do mercado nacional, essa tecnologia é a mais indicada para ETAs de menor porte e que ficam em localidades mais distantes do local de fabricação. O cloro granulado é transportado em bombonas ou baldes.

Hipoclorito de sódio líquido (12% de concentração de cloro ativo) – Representa 3% do mercado brasileiro. Esse produto geralmente é usado em ETAs que necessitam de volume pequeno de cloro para o tratamento da água.

Gerador de hipoclorito in situ (entre 0,4% e 0,6% de cloro ativo) – Tem participação de cerca de 7% do mercado, sendo voltado para ETAs menores. O produto final oferecido é o hipoclorito de sódio a baixa concentração de cloro ativo.

O funcionamento de plantas de cloro in situ demanda grande quantidade de sal, usado nos tanques onde é produzida a salmoura e por onde passa a corrente elétrica, para realizar o processo de eletrólise. Esta técnica requer 4 toneladas de sal para gerar 1 tonelada de cloro.

As plantas in situ também consomem mais energia: para 1 tonelada de cloro são necessários 4.500 Kwh de energia. No caso da produção de cloro gás liquefeito, para cada 1 tonelada de cloro são consumidos da ordem de 2.400 kwh de energia e 1,7 toneladas de sal.

Mini plantas de cloro – Esse processo de produção in situ corresponde a 2% do mercado nacional. Com vantagens para produção em pequena escala, atende mini ETA que possam funcionar consumindo até 20 toneladas de cloro por dia, ou seja, cerca de 2% da produção de uma grande planta de cloro liquefeito.

As mini plantas dependem de energia elétrica para funcionar e, na falta do insumo, precisam usar hipoclorito de sódio de 12% a 13% de cloro ativo para fazer a diluição e tratamento da água.